NOVO ESTUDO ASSOCIA DOENÇA RENAL A USO INDEVIDO DE CLAREADORES

FALTA DE ACOMPANHAMENTO DERMATOLÓGICO E MERCÚRIO NAS FÓRMULAS PODEM LEVAR A CONDIÇÕES IRREVERSÍVEIS

Os problemas relacionados ao uso de cremes para clarear a pele, sem prescrição e supervisão médica, têm sido recorrentes. Vira e mexe, há alguma notícia de alguém que usou esse tipo de produto e teve as manchas pioradas, queimaduras e demais agravamentos cutâneos, muitas vezes, permanentes. Infelizmente, as consequências não param por aí.

De acordo com a dermatologista Gabriella Albuquerque, medalha de ouro no Prêmio Rima 2022, por Excelência na Atualização Científica Internacional, a publicação científica Indian Journal of Dermatology, relatou, agora, em abril, o caso de uma paciente que desenvolveu um grave problema renal associado ao Faiza Beauty Cream, creme vendido sem receita. Depois de usar o produto por dois anos, para clarear a face e os antebraços, ela evoluiu para uma nefropatia membranosa, devido ao acúmulo de mercúrio no organismo.

A médica, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que o mercúrio é altamente tóxico e se acumula no organismo, podendo levar até à perda de um rim.

“Tanto a ANVISA quanto o FDA ( (Federal Drug Administration) condenam o uso do metal para clarear a pele. Em dezembro de 2022, o FDA alertou que alguns produtos destinados a rugas e clareamento de manchas podem conter mercúrio. Além disso, reforçou sobre o perigo de estes cosméticos estarem sendo comprados, cada vez mais, por demanda espontânea, via Internet, sem o acompanhamento de um dermatologista. Conclusão: não usem nenhum clareador, sem orientação médica. Pode ser muito danoso à saúde e à estética” finaliza a dermatologista.