NOVO RUMO PARA O TRATAMENTO DA DERMATITE ATÓPICA
Dermatite atópica é uma doença de pele extremamente comum em nosso país, acometendo 25% das crianças e 7% da população adulta. Não tem cura e pode ser transmitida de pai para filho, entretanto, não é contagiosa. A principal característica da doença é a incapacidade da pele em se manter hidratada por alterações nos fatores de hidratação natural. A consequência disto é uma pele com tendência a coceiras e maior chance de infecção aos microrganismos e maior predisposição a alergias.
Durante muitos anos, o tratamento da dermatite atópica consistia na melhora da hidratação da pele, afastamento do paciente de áreas com muita poeira e o uso de corticosteroides e imunomoduladores de calcineurina nas áreas atingidas. Como os tratamentos oferecidos para casos mais graves eram repletos de efeitos colaterais, a doença infernizava a vida dos pacientes. Com a qualidade de vida abalada, o apoio psicológico se tornava uma necessidade para controle dos sintomas.
Felizmente, assim como na psoríase, a dermatite atópica está vivendo uma nova era de muitas expectativas terapêuticas. Em 2018, a Anvisa aprovou o uso do Dupulimumabe (Dupixent®). Trata-se de um anticorpo monoclonal humano que inibe a subunidade de receptor de interleucina (IL) 4. Com isto, haverá bloqueio na sinalização das IL 4 e 13, as principais atuantes no processo inflamatório de perpetuação da dermatite atópica. A aplicação deste fármaco é por injeções subcutâneas, sendo a primeira feita com duas injeções no mesmo dia de 300 mg e as subsequentes serão de uma injeção a cada 15 dias. Alguns efeitos colaterais relatados são conjuntivite, faringite e infecções no trato respiratório superior.
Com o intenso estudo dos mecanismos biológicos desta doença, parece que novas medicações estão a surgir, como os inibidores de IL 31 e os inibidores de JAC (Janus Associated Kinase). Um outro produto que está em fase de aprovação pela Anvisa é o Crisaborole (Eucrisia®). É um inibidor da fosfodiesterase 4, que, esperançosamente, impede o agravamento da dermatite de forma precoce, impedindo a rápida progressão da coceira, e de forma prolongada, impedindo as recidivas. O benefício é adquirido com aplicações da pomada sobre a pele afetada 2 x por dia e os resultados são uma melhora de 75% das lesões em menos de 28 dias. Como este produto pode ser utilizado em crianças acima de 2 anos de vida e destina-se para casos leves a moderados, uma grande parte dos pacientes irá se beneficiar com este novo medicamento. Na torcida para que este medicamento chegue logo!!!