MÚSICA E DERMATOLOGIA
ESTUDO REVELA QUE TERAPIA COM CANÇÕES AUXILIA NO TRATAMENTO DE DOENÇAS
Ah, a música... Uma das artes mais sublimes, que invade o nosso ser e mexe com as nossas emoções, também vem sendo muito falada por contribuir positivamente com a saúde. Há vários relatos dos benefícios da musicoterapia para quem passou por um Acidente Vascular Cerebral, ou tem Hipertensão, Parkinson e Autismo. Mas será que ela também pode auxiliar a Dermatologia? Sim e muito, segundo um artigo recente, de maio de 2023, do Archives of Dermatological Research.
“A publicação científica cita a música como uma ferramenta de intervenção clínica que pode ajudar a tratar algumas doenças dermatológicas inflamatórias. Entre elas a dermatite atópica e as de reações imunomediadas, causadas por um desequilíbrio do sistema imune, como a psoríase e a artrite psoríaca” diz a dermatologista Gabriella Albuquerque, medalha de ouro no Prêmio Rima 2022, por Excelência na Atualização Científica Internacional.
A médica credenciada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia conta ainda que, de acordo com o estudo, a terapia com música pode ser usada durante procedimentos dermatológicos feitos com infiltração à base de anestésico lidocaína. Um exemplo é a cirurgia de Mohs. No caso desta técnica que remove o câncer de pele com precisão, os benefícios foram obtidos com uma canção do pianista Chopin como trilha sonora de fundo.
Mas como a musicoterapia pode melhorar as enfermidades e intervenções dermatológicas? De três formas, segundo o artigo:
- na redução da ansiedade, por diminuir a atuação do sistema nervoso simpático, responsável por uma série de funções, como a de preparar o corpo para situações de estresse;
- no aumento da sensação de recompensa e prazer, já que libera neurotransmissores, tais como endorfina, serotonina e endorfina. Além de proporcionar prazer, este último neurotransmissor é conhecido como uma espécie de morfina produzida naturalmente pelo corpo e, por isso, ainda diminui a dor;
- na diminuição da inflamação, ao reduzir o cortisol e as interleucinas, que atuam também no sistema imune.
Entretanto, apesar dos vários benefícios da música na Dermatologia, a Dra. Gabriella alerta que ela é um complemento aos tratamentos médicos tradicionais, sobretudo no sentido de zelo, mas estes devem ser priorizados!
“Essa descoberta da ciência veio para somar. Afinal, todo mundo adora ouvir uma boa música”, finaliza a médica.
Fonte: Clinical Music Interventions and Music Therapy in Dermatology. Arc Dermatol Res (2023)315: 2485-2490